Foi nesse momento que aquele bicho. Bicho como qualquer um de nós se levantou, ela voltou a se encobrir com aquele manto mágico e voltou a fazer as unhas dos pés. Nestor se levantou. Em um movimento letárgico em slow moshion. Veio em minha direção. O rabo peludo dele mexia como para brisas em velocidade 01. Carlos paralisou. Camisa de botões entre aberta. Cachaça na mente. Visão deturpada. E veio aquele monte de pelos. Pink Floyd. Aquelas batidas de trovão pareciam guiar os passos de Nestor. Pelo marrom e branco. Nuvens de algodão. Fechou os olhos por frações de segundos. "Porra! estou voando!" já não sabia o que era aquilo tudo. Um sopro de vento mágico...ele estava lá. Nestor. Um cavalo grego alado com plumas nas patas...pêlo marrom e branco de algodão. "Caralho! Eu to voando!". Nestor com cara de cão sedoso me guiava. Ninfas voando por todos os lados. Arpas. Arpejos. Solos de guiarra. Eram deusas. Ninfetas negras, braquinhas, louras, ruivas, morenas...todas ali num céu azul da porra. Ele fechava mais uma vez os olhos dentro da própria fechada de olhos que tinha dado antes. Estava tudo ali. Toda a sua vida num céu de cores psicodélicas, nuvens, o pêlo de Nestor.. afundava neles. Afundava em pensamentos. "Toda minha vida!" pensava. Já não sabia se pensava ou não. Nestor, grande monstro magnifico de pêlos, com braços erguidos esperando por mim. Nos abraçamos e voamos por toda a imensidão. O mais etéreo possivel. Ele cantou pra mim. Voamos cantando. Passamos uma eternidade. "Toda minha vida". Naquele momento deu as costas para todas as mazelas do mundo. E acreditem, por um instante. As mazelas também esqueceram dele. Carlos e Nestor. Dois seres desse munco cão. Dançando em nuvens psicodélicas coloridas. Dançavam no algodão da vida moderna. Esqueceram a crocodilagem. Homem e cão. Já não sabiam quem era quem. Nestor cantando músicas de David Gilmour. E ele, pobre homem moderno, moderno e mediocre. Ali contemplando aquela sessão de loucura etérea, ébria transcendental. Os olhos inchados, a mente adormecida. E os dois voando. Trovões. As ninfas se aproximaram dançando sensualmente por cima de dele...deitados nas nuvens de Nestor. Ninfas, ninfas, ninfas, começaram a me surgir...com movimentos sensuais...."Caralho!" ele pensou e se deixou levar pela excitação. Excitação dos deuses até que começaram a desaparecer uma a uma com beijos avassaladores. Até restar uma. Uma linda deusa morena. Estava ali olhando para ele em cima das nuvens. Sorriu novamente magistralmente, Iluminou o meu dia e perguntou.: "Porra vai ficar o dia todo ai olhado pra mim?, Nestor vem pra cá, chega nenem"! Nestor saiu dos meus pés e voltou torpe para os pés dela. Que virou o rosto e continuou a fazer as unhas dos pés.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Nestor
Foi nesse momento que aquele bicho. Bicho como qualquer um de nós se levantou, ela voltou a se encobrir com aquele manto mágico e voltou a fazer as unhas dos pés. Nestor se levantou. Em um movimento letárgico em slow moshion. Veio em minha direção. O rabo peludo dele mexia como para brisas em velocidade 01. Carlos paralisou. Camisa de botões entre aberta. Cachaça na mente. Visão deturpada. E veio aquele monte de pelos. Pink Floyd. Aquelas batidas de trovão pareciam guiar os passos de Nestor. Pelo marrom e branco. Nuvens de algodão. Fechou os olhos por frações de segundos. "Porra! estou voando!" já não sabia o que era aquilo tudo. Um sopro de vento mágico...ele estava lá. Nestor. Um cavalo grego alado com plumas nas patas...pêlo marrom e branco de algodão. "Caralho! Eu to voando!". Nestor com cara de cão sedoso me guiava. Ninfas voando por todos os lados. Arpas. Arpejos. Solos de guiarra. Eram deusas. Ninfetas negras, braquinhas, louras, ruivas, morenas...todas ali num céu azul da porra. Ele fechava mais uma vez os olhos dentro da própria fechada de olhos que tinha dado antes. Estava tudo ali. Toda a sua vida num céu de cores psicodélicas, nuvens, o pêlo de Nestor.. afundava neles. Afundava em pensamentos. "Toda minha vida!" pensava. Já não sabia se pensava ou não. Nestor, grande monstro magnifico de pêlos, com braços erguidos esperando por mim. Nos abraçamos e voamos por toda a imensidão. O mais etéreo possivel. Ele cantou pra mim. Voamos cantando. Passamos uma eternidade. "Toda minha vida". Naquele momento deu as costas para todas as mazelas do mundo. E acreditem, por um instante. As mazelas também esqueceram dele. Carlos e Nestor. Dois seres desse munco cão. Dançando em nuvens psicodélicas coloridas. Dançavam no algodão da vida moderna. Esqueceram a crocodilagem. Homem e cão. Já não sabiam quem era quem. Nestor cantando músicas de David Gilmour. E ele, pobre homem moderno, moderno e mediocre. Ali contemplando aquela sessão de loucura etérea, ébria transcendental. Os olhos inchados, a mente adormecida. E os dois voando. Trovões. As ninfas se aproximaram dançando sensualmente por cima de dele...deitados nas nuvens de Nestor. Ninfas, ninfas, ninfas, começaram a me surgir...com movimentos sensuais...."Caralho!" ele pensou e se deixou levar pela excitação. Excitação dos deuses até que começaram a desaparecer uma a uma com beijos avassaladores. Até restar uma. Uma linda deusa morena. Estava ali olhando para ele em cima das nuvens. Sorriu novamente magistralmente, Iluminou o meu dia e perguntou.: "Porra vai ficar o dia todo ai olhado pra mim?, Nestor vem pra cá, chega nenem"! Nestor saiu dos meus pés e voltou torpe para os pés dela. Que virou o rosto e continuou a fazer as unhas dos pés.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
O cintilante dela me distrai
Uma noite quente para desejos tortos.
Cuspir ódio era um dos seus passatempos prediletos, começou cuspindo fogo. Mas isso ardia demais seu estomago, já não bastasse os psicotrópicos. Sentia-se melhor agora que a carruagem havia passado, e o passado costumava se esconder. Isto mesmo! fogueira de senso comum. Seu senso havia se perdido ali. Solos de guitarra, fumaça, luz vermelha... ah a luz vermelha. Se não fosse ela nada disso teria acontecido. Toda essa tragédia. Toda essa controvercidade, cidade. Poluição de carnes, carnes queimadas pelo sol. Marca de biquíni. Sirene de polícia, mistério de quinta avenida em plena conde da boa vista, em pleno quarteirão sujo. Isso é plena atitude desesperada baby. Uma arma em sua mão o suor no rosto. Estamos todos perdidos. Isso é fato. Fato de quem ela nunca esquecera; estávamos ali nus, despidos de inveja, pelo menos por alguns minutos, 45. 45. calibre 45, Cult 45. arma fumegante em suas mãos. As mesmas mãos que acariciavam o sexo quente. Quente como aquela pele bronzeada. Marca de biquíni por todos os lados por toda mente. Janelas, portas fechadas, cerveja, fumaça, maconha, marcas de biquíni por todo o universo, sexo quente, vagina, Virginia, varginia. Nua pelo poder. Nua pela grana, grana e poder. Voltamos ao paraíso perdido. Nos perdemos nus. Eu e ela nus. Nos perdendo.
Venci mais uma batalha e tentei socorrer meus sentidos. Mas não adiantava mais. Estavam todos ali, aquela fumaça, aqueles solos de guitarra. Aquela luz vermelha. Ela dançava sobre o fogo do asfalto cinzento. Era cinza mas era fogo. E como fogo tem segredos ela tinha todas as curas. Apesar do asfalto cinzento tinha fogo nos olhos, nas quadris, nas tetas, no suor.
Minha pequena tristeza jogada no canto. Deitado na grama pensei em voltar. Mas pensar nisso me deixava mais triste que o esperado. Por isso nada de ressentimentos. Todos de volta a noite. Aquela noite, mais uma madrugada para nossas contas do perigo. O perigo de estarmos nus. O perigo de estar vivo. Nada mais nada menos, vivo.
Eu sou o fim do mundo.
A oitava dimensão de um mundo perdido. Assim me encontro na praia. O sol dizia não ter medo da noite, mas sempre chorava ao luar..."O lado brilhante da lua" A luz invisível. O grito do louco perdedor indo a caminho do fim. No fim que se encontram as saídas. Escolha a sua. A minha é surtar. A porta fechada da percepção. Espero que você jamais me escute, espero que jamais sejamos assim tão simples quanto esperam de nós. Nem sempre há certeza. É isso que espero. Contradições. Radicalizações. Esperar algo de alguem é se esconder no abismo da dor.