domingo, 16 de maio de 2010

Ruas do passado



Nas fronteiras da mente. Instalado nas geleiras do incompreensível eu, simplesmente eu, rastejando pelas ruas do passado. Recife antigo, antigos sonhos esquecidos. Nem tão esquecidos assim. Mas esquecidos. Amigos ocultos. Amigos perdidos. Pobres amigos. A carnificina vai começar, como quem começa o jogo sombrio da verdade. Roleta russa. Veja como ela dança bem melhor nua. Nua. Sem as loucuras da sociedade moderna. Sem jóias, batom, látex, laycras, cintos definidores de cintura. Veja como ela balança nua. Vestida apenas de bom senso e ética selvagem. Cavalga indomável em sonhos tortos. Tortos como a vida. Torto como um pênis.
Como de costume mendigando teus apelos. Doces apelos em noites sombrias. Alegres noites sombiras. Ninguém vai chegar baby. Ninguém vai chegar. Abre a tampa! torpor, entorpecidamente abre a tampa, mais um gole, mais um gole, confusão, milhares de sonhos, entorpecidamente torpes. Ainda ando. Indo para o infinito dos nosso olhos, impuros olhos de cristais quebrados. A tinta, a esmeralda, tudo como de costume. Desconstruido. Desenfreada sensação de solidão. A tinta, a esmeralda. Rastream oportunidades esse olhos de esmeralda. Cegam -me. O brilho da faca ainda um pouco ofuscado pelas gotas de sangue. Pingos do fim na ponta da faca. Puta que pariu!! Navalha. Vagina. Leve e linda como uma vagina. Sonhos torpes. Vamos lá. todos nu. Na lama das lembranças. Recife antigo. Ruas do passado. Todos nus, vestidos apenas de vergonha, medo, inveja e insensatez. Nos entorpecidos sonhos esquecidos da metrópole.

terça-feira, 11 de maio de 2010

3.000 °C


Três mil graus, cheiro de pele queimada. O bisturi da vida cortando dilascerando minha pele. Marcas, cicatrizes, fumaça e o cheiro de pele queimada. Pscicotrópicos, anfetamina baby, anfetamina. A vida alheia passando em cada janela e em cada um as marcas de tudo que nunca passou nem nunca vai passar.


Queima , queima baby, como o fogo do sol. 3 mil dias, 3 mil demonios, 3 mil graus de calor suburbano, metropolitano. É muito fácil ser poeta. Foda é ser poeta as 14 horas na conde da boa vista. O cheiro de pele queimada. Sol mais que a pino. A queima roupa. Se sangrar fudeu!. O asfalto como gilete corta a carne que sangra e entope os esgotos em plena boa vista. Cheiro de merda, cheiro de pele queimada. Fedentida. Recife, boa vista, av guararapes, 14 horas, sol a queima roupa. Manga da camisa suada. testa suada, vento, ventre suado, tente ser poeta agora honney. Querida, é foda! É pedra de crack na mente. 3.000 graus, que venha a madrugada. Anfetamina baby.

sábado, 8 de maio de 2010

Esquecido na Metrópole



Esquecido na Metrópole


Quanto vale seu sonho? Querer morrer é quase uma dádiva nos dias de hoje. Esses dias santos, esses dias quentes. Santos dias quentes que infernizam meus pensamentos trazendo as oferendas dos impuros cidadãos modernos que querem sempre mais de mim, de tudo e de todos.


Qual o seu carro? Quais os seus planos? Não tem nenhum dos dois? O que fazes por aqui? sozinho. Pois é. Um passeio pelo centro, uma praça, calamidade, inferno e sujeira. É o que me resta agora. Sabemos um pouco sobre nós mesmos, mas o noticiário me completa com a capacidade horrenda da superação humana em destruir com crueldade e escárnio. Vozes, buzinha, fumaça, sou um vencedor, um pobre mendigo vencedor. Esmolas da vida vida moderna. Azia, esse é meu prêmio. Acidez no estômago e a certeza de um futuro incerto. E tome incerto nisso meu bem. Sigo assim, perdido na metrópole